quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Provocação

Meus caros,

Por causa do trabalho, tenho andado sem tempo nem cabeça para aqui andar a escrever.
No entanto, no passado Domingo, fiz algo não sei até que ponto engraçado...
Precisava de fazer tempo, e assim sendo, levei comigo no bolso a "Letra Escarlate" de Nathaniel Hawthorne.
Sentei-me frente à igreja de Moscavide, em pleno final da homilia dominicana a ler a dita e escabrosa obra, e pensei se não seria uma provocação aos bons costumes cristãos...
Sinceramente, ando um bocadinho desiludido com o livro, já que as cenas tórridas que supostamente deveria conter (cenas essas que eram um símbolo para as santíssimas bibliotecárias dos filmes que usavam a obra como referência, se tornarem numas autênticas predadoras sexuais, a maioria, infelizmente, com tendências Sado Masoquistas...) não aconteceram.
É certo que ainda vou a meio, sim.
Mas pelo que folheei, não encontrei nada mais que um retrato bastante fiel da época da colonização da Nova Inglaterra, baseada num grandioso poder descritivo (por vezes entediante).
Trata-se de facto de uma grande obra literária no qual se descreve uma sociedade puritana, que merece ser lida.
Mas não se trata de uma obra erótica como muitos me fizeram crer.
Talvez a ofensa a tão devotos cristãos pudesse ser encontrada na capa, típica dos anos 80, onde uma portentosa mulher loura se encontra em top less, exibindo assim, um par de avultados seios, apesar de altamente disfarçado por uma degradação de imagem, semelhante ao famoso vidro martelado que metemos na banheira!

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