quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A engenharia das coisas!

Nesta manhã, na qual opinava alegremente com um colega sobre os verdadeiros engenheiros deste país como um cozinheiro ou uma avó a tricotar, já que eram artistas na arte da engenharia alimentar e da engenharia têxtil, surgiu não só a dúvida da existência destes cursos, bem como se formou a nuvem sobre um outro.
Antes de mais sim, os cursos referidos existem de facto, excepto o seguinte: Engenharia Política.
O que existe é um curso de Engenharia Social com uma cadeira de Ciências Políticas.
Mas a haver, Política seria mais equivalente a um curso de arquitectura do que de engenharia própriamente dito, senão vejamos:
Em arquitectura, o arquitecto imagina e desenha uma casa: uma pirâmide de pernas para o ar.
Cabe ao engenheiro fazer as contas todas para que aquilo não desabe nunca, bem como quais os custos de construção e toda a planificação para realizar a obra. O engenheiro sabe que assim como está desenhado, é simplesmente impossível de construir e diz isso mesmo ao arquitecto. Mas o arquitecto faz ouvidos moucos e manda o engenheiro fazer as contas porque é assim que quer, e que é obrigação do engenheiro de se desenrascar e apresentar todas as soluções que são necessárias para que o projecto tenha sucesso.
Constroem-se modelos, o arquitecto fica todo feliz e contente, até que finalmente a estrutura do modelo cede, comprovando-se que afinal não era tão boa ideia assim, e a pirâmide acaba por ser construída assente numa das faces, que era como devia ter sido planeado logo de inicio.

Aplicando esta teoria a quem nos governa, os políticos desenham as idiotices e o povo que se desenrasque a por em pratica, aplicando o mais extremo da engenharia do desenrasca, do esticar, dos golpes de rins para chegar ao fim do mês e da artimanha para ver se se ganham alguns cobres em biscates.
A pirâmide está cada vez mais torta arrastando todos os seus habitantes...
Mas foram os engenheiros que elegeram estes arquitectos!

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