terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pedagogia educacional

Antes de mais, começo por constatar que há muito bom professor neste país.
Chegar ao fim do dia depois de aturar os rebeldes filhos dos outros, é obra.
E devo desde já salientar que um professor que se importe com os seus alunos, por vezes não consegue o que pretende deles, porque a educação devia ensinar-se em casa e não na escola.
Apesar de tudo, um professor é um segundo pai.
Mas mesmo assim, ainda há muita gente que não tem grande capacidade para ensinar.
Provavelmente, apesar de haver muito bom professor pelas razões acima indicadas, a maior lacuna da grande maioria é precisamente a parte pedagógica.
E dou como exemplo o ensino da história.
A história não se ensina, nem se decora: ensina-se a estudar, e mais fundamentalmente a interpretar.
Infelizmente a capacidade pedagógica da maioria dos meus antigos professores, não foi a de ensinar a interpretar, mas a exigir a memorização massiva de factos tornando-os desconexos e temporalmente desajustados.
Faltava-nos uma ferramenta básica de análise que ainda falta a muita gente no seu dia a dia: a adequação temporal e adaptação dos factos.
Talvez o egoísmo individual de cada um seja uma barreira ao correcto ensino da história, uma vez que muita gente tem enormes dificuldades em se colocar nos sapatos dos outros.
Mas a realidade é que nunca podemos analisar factos históricos à luz dos nossos tempos, das nossas crenças, da nossa religião, vontade ou umbigo.
E desde que deixei de ser obrigado a memorizar, e passei a compreender e analisar à luz dos tempos em que os factos ocorriam, passei a gostar de história.
Não sei se foi a 23 de Março de 1235, não interessa muito. Sei que foi antes de C e depois de A que B ocorreu, em mil duzentos e qualquer coisa. e isso sim, isso é o importante, o encadeamento e não a data em si mesmo.

1 opinaduras:

Liana disse...

A Mafalda é uma Professora assim...
Uma BOA professora!