terça-feira, 13 de outubro de 2009

DON'T PANIC

São muito poucas as pessoas para quem o título deste post tem algum significado.
Para essas poucas, nada do que aqui virei escrever será novidade e concordarão comigo se aqui apelar a todos aqueles a quem a frase nada significa além do que está escrito, seja na sua língua natural, seja na sua tradução literal, que não sabem o que perdem por não fazerem a menor ideia do verdadeiro sentido da frase.
Creio até, que pela mão das publicações Europa-América, esta frase foi violentamente traduzida para NÃO ENTRE EM PÂNICO ou até mesmo NÃO PANIQUE (vá, deixem lá de lado a marca dos folhados, que essa é com K).
Mas para esses que não conhecem, tomo a liberdade de explicar:
Esta frase encontra-se impressa em letras grandes e amigáveis na capa de um dispositivo que é o supra sumo da sabedoria universal, o compêndio enciclopédico que através de artigos incoerentes e anedotas humorísticas contadas na terceira pessoa, ilustra como funciona o universo para quem anda à boleia pela galáxia, tendo até, já suplantado a Grande Enciclopédia Galáctica, como repositório de toda a sabedoria, apesar de todas as omissões e da totalmente inadequada informação das suas páginas, por duas razões de enorme peso:

  1. Por ser ligeiramente mais barato
  2. Por ter as palavras atrás enumeradas impressas na capa
Esta enciclopédia é o tema fulcral, o narrador e o companheiro de viagem de cinco inacreditáveis e provavelmente improváveis personagens da cada vez mais incorrectamente chamada de trilogia, de cinco livros de The Hitchhicker's Guide to the Galaxy (HHGG ou H2G2 para os amigos), uma obra de ficção criada por Douglas Adams, lançada a 12 de Outubro de 1979 como adaptação das quatro primeiras partes da série radiofónica com o mesmo nome, do mesmo autor, iniciadas a 4 de Março de 1978.
Uma obra de ficção, infelizmente um muito desconhecida no nosso país, que teve direito a um filme um pouco pobrezinho, mal adaptado e descabido e que pode ser encontrado na nossa língua, com todos os erros derivados da tradução (não só no título...) como "À boleia pela Galáxia" quando o mesmo significa "Guia para quem anda à boleia pela Galáxia".
Um tal marco mundial, que muitas das coisas existentes, produtos até, se inspiraram nesta obra para os seus nomes, símbolos, etc, como a Babelfish, empresa de tradução online (nome, símbolo e conceito do serviço que prestam, em tudo idênticos aos da obra de ficção, excepto que o seu produto não encaixa no interior do ouvido), IBM Deep Thought e IBM Deep Blue (em homenagem ao Deep Thought), o dia da toalha a 25 de Maio (http://www.towelday.org/) e até mesmo na música dos Radiohead "Paranoid Android" em homenagem a Marvin, the Paranoid Android, ou até mesmo o programa de mensagens instantâneas Trilian (em homenagem a Trilian ou Tricia Macmilan).
Hum... Algo me diz que não acreditam ou não fazem a ideia do quão grandiosa esta obra é... é infelizmente apenas um sinal que esta obra, como tantas outras grandiosas obras, não foi convidada a entrar no nosso país, e por isso, deixo-lhes um desafio:
  • vão ao google e colem lá a seguinte frase, tal como está bastando copia-la daqui: what is the answer to life, the universe, and everything?
  • para os mais perguiçosos, carreguem aqui. Para compreenderem a resposta, sigam o 3º link, depois de confirmarem o resultado do número que a calculadora devolve.
Quem gosta de bom humor britânico, tem uma mente suficientemente aberta e, se possível, um nível de inglês aceitável, poderá passar umas belas horas envolto na mais espantosa história alguma vez escrita.

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